No cenário atual, marcado por desafios sociais e ambientais cada vez mais complexos, o Terceiro Setor desponta como protagonista na promoção de um desenvolvimento sustentável e justo. Ao incorporar práticas relacionadas ao ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança) e aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), organizações da sociedade civil, ONGs e fundações elevam de forma significativa o impacto positivo de suas ações, tornando-se agentes de transformação em suas comunidades. O ESG reúne critérios que orientam organizações a adotarem uma gestão ambiental responsável, promoverem o bem-estar social e desenvolverem práticas de governança éticas e transparentes. Já os ODS, definidos pela ONU, são 17 objetivos globais que visam erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir prosperidade para todos até 2030. Esses dois instrumentos funcionam como diretrizes capazes de alinhar as atividades das instituições aos principais desafios do planeta.
Para o Terceiro Setor, a adoção dessas práticas traz vantagens importantes. Organizações que incorporam ESG ampliam sua credibilidade junto a doadores, parceiros e à sociedade, uma vez que a transparência na gestão e na prestação de contas fortalece a confiança e atrai investimentos indispensáveis à continuidade de suas iniciativas. Além disso, ao alinhar seus projetos às metas dos ODS e aos princípios ESG, essas instituições aumentam a visibilidade de suas ações e ampliam as oportunidades de acesso a recursos públicos e privados, especialmente em um momento em que financiamentos e parcerias costumam exigir tal alinhamento. A integração dessas diretrizes também contribui para tornar os projetos mais eficientes, com melhor aproveitamento dos recursos, redução de desperdícios e ampliação do impacto social e ambiental. Soma-se a isso a promoção da inovação social, fruto do contato constante com diferentes públicos e problemáticas, o que estimula soluções criativas e efetivas para as comunidades.
O Terceiro Setor atua em áreas fundamentais, como saúde, educação, direitos humanos e meio ambiente, muitas vezes ocupando espaços que não são plenamente atendidos pelo Estado ou pelo setor privado. Ao alinhar missões e estratégias aos ODS, essas organizações se consolidam como parceiras essenciais para impulsionar uma agenda de transformação de longo prazo, conectando demandas locais a metas globais. Além disso, seu exemplo influencia outros setores, inspirando empresas, governos e cidadãos a se engajarem em compromissos sustentáveis por meio de campanhas, parcerias e disseminação de boas práticas.
Apesar dos avanços, persistem desafios como a profissionalização da gestão, a mensuração de resultados com indicadores claros e o engajamento contínuo de equipes e comunidades. O caminho para uma plena integração dos ODS e do ESG requer investimento em capacitação, planejamento estratégico e articulação com diversos setores da sociedade. No entanto, à medida que práticas sustentáveis ganham peso na agenda global, o Terceiro Setor tende a se afirmar como elemento indispensável para a promoção de um futuro equilibrado, justo e próspero. Investir na adoção dessas diretrizes transcende o assistencialismo pontual e pavimenta um caminho de transformação real, capaz de inspirar toda a sociedade a atuar de forma conjunta e responsável frente aos desafios do nosso tempo.
Danielle Passos
Comunicóloga e Pesquisadora
Todas as terças, artigo ODS e ESG no Diário do Litoral
https://flip.diariodolitoral.com.br/impresso/?data-publicacao=2025-09-02&veiculo=diario-do-litoral&ed_impressa_jn=232



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