A primeira vez que ouvi falar sobre um pacto mundial foi a Eco-92 (Conferência Rio 92) que propôs, a Agenda 21, depois tivemos os ODM (Objetivos do Milênio) com metas para 2015, e agora estamos perto do prazo final da Agenda 2030. Faltam menos de cinco anos para o prazo final.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, formam uma agenda global composta por 17 objetivos e 169 metas para garantir um futuro mais sustentável, justo e inclusivo até 2030. Esses objetivos abordam uma ampla gama de questões, incluindo erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero, água limpa, energias renováveis, e ações para combater as mudanças climáticas.
O aquecimento global, um dos principais desafios abordados pelos ODS, é causado pelo acúmulo excessivo de gases de efeito estufa (como dióxido de carbono e metano) na atmosfera, resultado principalmente das atividades humanas, como o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis. Esse fenômeno eleva a temperatura média do planeta, causando impactos severos, como o derretimento das geleiras, aumento do nível do mar, eventos climáticos extremos e perda de biodiversidade.
A medição da temperatura global demonstrou que 2023 foi o ano mais quente já registrado desde o início dos registros globais em 1850. A temperatura média global foi 1,18°C acima da média do século XX, superando o recorde anterior de 2016. Em 2024, superou 2023 como o ano mais quente já registrado, com uma temperatura média global de 1,60°C acima dos níveis pré-industriais. Foi o primeiro ano em que a temperatura média anual ultrapassou claramente o limite de 1,5°C, estabelecido pelo Acordo de Paris. Consequentemente foram os anos que mais consumimos energia elétrica… E todos puderam perceber o aumento da quantidade de eventos extremos, como ondas de calor, incêndios florestais e inundações.
Todos nós pudemos ver nos noticiários ou redes sociais o que parecia impossível: Deserto do Saara com água, Antártida com verde, Amazônia seca, Groenlândia em degelo, branqueamento da Grande Barreira de Corais (Austrália), Sudeste Asiático com cheias frequentes, Sibéria com incêndios florestais ou o Alasca com degelo do Permafrost…
Com tudo isso, quais os impactos do aquecimento global? Aumento das desigualdades sociais, as populações mais vulneráveis, como comunidades de baixa renda e países em desenvolvimento, são as mais afetadas, enfrentando maior exposição a desastres naturais, o deslocamento forçado, a redução da produtividade agrícola com as mudanças nos padrões de chuva e aumento das temperaturas, aumento da quantidade e intensidade de eventos climáticos extremos e a segurança alimentar, a escassez de alimentos e o aumento dos preços impactam diretamente as populações mais pobres. E as populações mais impactadas moram nas regiões de vulnerabilidade, comunidades indígenas e rurais e os moradores das cidades costeiras.
E neste verão percebemos as temperaturas extremas, como os mais de 60°C registrados no asfalto em Santos, e os impactos significativos na vida das pessoas, a Saúde é uma delas, o SUS já monitora os efeitos do aquecimento global, por exemplo: os idosos são mais suscetíveis a problemas relacionados ao calor extremo, como desidratação, insolação e complicações cardiovasculares; os bebês e crianças pequenas (0 a 5 anos) são particularmente vulneráveis, segundo estudos e dados de saúde pública, incluindo análises do SUS, devido ao sistema imunológico em desenvolvimento.
Apesar de parecer um assunto somente para chefes de estados, nós, sociedade civil, podemos contribuir positivamente na mitigação do aquecimento global com uma série de ações simples e individuais. Reduzir, reutilizar, reciclar e repensar como e o que consumimos, afinal apesar das metas serem globais, são os conjuntos de ações locais que vão ajudar a pensar globalmente.
Fábio Tatsubô
Coordenador Regional do Movimento Nacional ODS SP



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