O governo brasileiro, as Nações Unidas e a UNESCO lançaram nesta terça-feira (19) uma iniciativa conjunta a fim de fortalecer pesquisas e medidas para combater a desinformação que contribui para atrasar e inviabilizar ações climáticas.
A Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças do Clima é uma intervenção importante para impulsionar o apoio a ações climáticas urgentes, em um momento em que os cientistas alertam que o tempo do mundo está se esgotando.
O governo brasileiro, as Nações Unidas e a UNESCO lançaram nesta terça-feira (19) uma iniciativa conjunta a fim de fortalecer pesquisas e medidas para combater a desinformação que contribui para atrasar e inviabilizar ações climáticas. A Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças do Clima é uma intervenção importante para impulsionar o apoio a ações climáticas urgentes, em um momento em que os cientistas alertam que o tempo do mundo está se esgotando.
“As ações de combate às mudanças climáticas também são muito afetadas pelo negacionismo e pela desinformação. Os países não podem solucionar este problema sozinhos. Esta iniciativa reunirá países, organizações internacionais e redes de pesquisadores para apoiar esforços conjuntos de combate à desinformação e promover ações para a COP30 no Brasil”, disse o presidente Lula na Cúpula de Líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro.
Embora inicialmente discutida no âmbito do G20, a Iniciativa está sendo estabelecida como uma colaboração dedicada e multilateral entre Estados e organizações internacionais, com o objetivo de financiar pesquisas e ações que promovam a integridade da informação sobre questões climáticas. A fim de expandir o escopo e a abrangência da pesquisa sobre a desinformação climática e seus impactos, o esforço reunirá evidências de âmbito mundial para fundamentar e reforçar as ações, a defesa e as comunicações estratégicas.
Os países que aderirem à Iniciativa contribuirão para um fundo administrado pela UNESCO, com a meta de arrecadar entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões nos próximos 36 meses, valor que será distribuído na forma de subsídios a organizações não governamentais para apoiar suas atividades na pesquisa sobre integridade da informação climática, desenvolvimento de estratégias de comunicação e realização de campanhas de conscientização pública.
A UNESCO e as Nações Unidas tornaram-se parceiras importantes do governo brasileiro nesse desafio. Outros países e organizações internacionais comprometidos com as metas climáticas e o compromisso com a integridade da informação estão sendo convidados a participar. Até agora, Chile, Dinamarca, França, Marrocos, Reino Unido e Suécia já confirmaram participação.
“Devemos combater as campanhas coordenadas de desinformação que impedem o progresso mundial relativo à mudança climática, que vai desde a negação pura e simples até o greenwashing e o assédio a cientistas do clima. Por meio desta Iniciativa, nós trabalharemos com pesquisadores e parceiros para fortalecer as ações contra a desinformação climática”, declarou António Guterres, secretário-geral da ONU.
O risco que a desinformação representa para o cumprimento das metas climáticas foi reconhecido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC), que, em 2022, afirmou que a “desvalorização intencional da ciência” estava contribuindo para “percepções equivocadas sobre o consenso científico, incertezas, desconsideração de riscos e urgências, e divergências”.
A Iniciativa é uma resposta ao compromisso estabelecido no Pacto Digital Global, aprovado pelos Estados-membros da ONU em setembro, que encoraja as entidades das Nações Unidas, em colaboração com governos e partes interessadas pertinentes, a avaliarem os impactos da desinformação e da informação incorreta no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
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