Sim, existe negacionismo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Por mais que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sejam uma pauta da ONU, com a adesão de 192 países, e incluam metas para impactar o aquecimento global — tão evidente em nosso dia-a-dia —, a igualdade de gênero e a redução das desigualdades racial e salarial, ainda há quem acredite tratar-se de uma pauta comunista, embora apenas três países no mundo mantenham regimes comunistas de fato.

Esse negacionismo deve-se, em grande parte, à desinformação — a disseminação de informações falsas ou enganosas, que influenciam opiniões e comportamentos em benefício de certos grupos. Por trás da desinformação existe sempre alguém que é beneficiado, moldando a dinâmica social a seu favor.

O negacionismo dos ODS se refere à rejeição da importância e da necessidade de alcançar as metas estabelecidas pela Agenda 2030 da ONU, e esse fenômeno se manifesta em diferentes setores da sociedade, incluindo governos, empresas e indivíduos.

A principal causa do negacionismo dos ODS é a falta de conhecimento sobre os benefícios das metas e sua importância para garantir um futuro sustentável. Há ainda interesses econômicos, já que alguns setores veem os ODS como uma ameaça aos lucros, e rejeitam iniciativas de sustentabilidade. Questões ideológicas também influenciam: alguns grupos consideram os ODS uma interferência nas políticas nacionais ou uma imposição de agendas internacionais. Além disso, o ceticismo climático — a descrença nas mudanças climáticas e suas consequências — contribui para essa resistência, mesmo diante de eventos extremos.

Os impactos do negacionismo são enormes. O atraso no progresso é um deles: o negacionismo protela a implementação de políticas necessárias para alcançar os ODS, comprometendo o desenvolvimento sustentável. A desigualdade social pode se agravar, já que muitas metas visam reduzir a pobreza, promover a igualdade de gênero e garantir educação de qualidade. A degradação ambiental também tende a aumentar, afetando a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas.

Para enfrentar o negacionismo dos ODS, é essencial fortalecer a educação e conscientização sobre o tema. Informar a população sobre os benefícios das metas e o caminho para alcançá-las é crucial. Transparência e comunicação nos níveis municipal, estadual e federal também são importantes para divulgar os avanços e desafios relacionados aos ODS. O engajamento de stakeholders de todos os setores da sociedade — incluindo empresas, ONGs e cidadãos — pode ajudar a superar o negacionismo e promover uma colaboração mais ampla.

A disseminação de notícias falsas, as chamadas fake news, é um dos principais fatores que alimentam esse fenômeno. Informações falsas podem ser perigosas e até mortais, especialmente em tempos de crise. Nos últimos anos, as Nações Unidas têm feito grandes esforços para proteger o acesso à informação e a liberdade de expressão, defendendo esses direitos contra as ameaças da desinformação e do discurso de ódio nas plataformas digitais. Para apoiar essa causa, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC), com apoio da Agência XCOM, lançou a campanha Tem Tempo? Tempo Tem!, que convida os brasileiros a refletirem sobre o que realmente vale passar adiante.

Para conhecer sobre como participar da campanha basta acessar o site https://brasil.un.org/pt-br/276589-tem-tempo-tempo-tem ou no QR Code.

Fábio Tatsubô
Movimento ODS Santos

Artigo ODS todas as terças no Diário do Litoral
http://gazetasp.com.br.s3-website-us-west-2.amazonaws.com/home/gazetasp/subdomains/pdf/diariodolitoral/2024/11/05/130479/issue11191.pdf


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